sábado, 21 de fevereiro de 2009

Advertência


Reflexão para o 6o sábado do Tempo Comum

Hb 11,1-7; Sl 144; Mc 9,2-13

A liturgia de hoje nos oferece a possibilidade de ler, ainda uma vez, o relato da Transfiguração do Senhor que, a partir da primeira leitura, com a qual se dá uma visão resumida dos onze primeiros capítulos do Gênesis, lidos nos dias passados, pode ser acolhido como uma divina advertência. De fato, como «Noé, avisado divinamente daquilo que ainda não se via, levou à sério o oráculo e construiu uma arca para salvar sua família» (Hb 11,7), assim o Senhor Jesus «tomou consigo Pedro, Tiago e João e os levou sozinhos sobre um alto monte, em um lugar afastado. E transfigurou-se diante deles» (Mc 9,2). Naturalmente a primeira reação de Pedro não podia senão ser estasiada: «É bom estarmos aqui!» (9,5), que poderia ser traduzida com: «Que Bonito!». É a mesma reação que temos diante da arca de Noé, plena de simpáticos animais, que parecem desembarcar sobre a terra, finalmente enxuta e purificada do mal, felizes e contentes. Mas a nota, referida na primeira leitura, leva-nos mais longe, obriga-nos ir muito mais profundo: «A fé é o fundamento das coisas que se esperam e prova daquelas que não se veem» (Hb 11,1). E, para evitar mal entendidos, o texto repete por oito vezes, em sete versículos, o termo «fé» - que neste capítulo da Carta aos Hebreus, aparece por 26 vezes – para que seja claro como «sem a fé, seja impossível ser agradável a Deus» (11,6). A fé, se é estável, porque é «fundamento» (11,1), não é nunca estática, mas um contínuo caminhar com Deus: como Henoc, um aceitar as consequências das próprias escolhas; como Abel, mudar o programa sobre a própria vida; como Noé... acolher um desígnio tão diferente daquele que todos esperavam e que, talvez no coração, fosse o que desearia, como Jesus, que justo «enquanto desciam do monte» (Mc 9,9) revela, uma vez mais, o mistério adorável da sua kênose[1]: «Deve sofrer muito e ser desprezado» (9,12). Justo daquele «santo monte» (2 Pd 1,18) Pedro conserva uma recordação inesquecível até a sua velhice, porque, como Noé, também o seu coração de discípulo, ainda imaturo, foi «divinamente avisado» (Hb 11,7) daquilo que estava para acontecer, para poder atravessar o evento de modo digno e adequado. Este aviso é oferecido no jogo sutil entre luz e trevas, entre alegria e temor, entre clareza e incompreensão, entre palavra e silêncio... naquele «terreno intermediário», que é criado pela correspondência da única ordem expressa, em primeira pessoa, pelo Pai: «Escutai-o!» (Mc 8,7) – e ainda uma vez – o desafio do encontro com Deus não é aquele de ver, mas de escutar. Trata-se, como diz o autor da Carta aos Hebreus, de saber continuamente reler a história dos primeiros pais, para escutar seu ensinamento e acolher, humildemente, o próprio percurso, para receber o testemunho de «ser agradável a Deus» (Hb 11,5). O Senhor Jesus o atesta sobre João, dizendo: «Fizeram com ele tudo o que quiseram» (Mc 8,13), louvando João e preconizando sobre si mesmo «como está escrito» (8,12) e, do mesmo modo, deseja-o para cada um de nós, chamados a tornar-nos herdeiros «da justiça segundo a fé» (Hb 11,7).

Fra Michel Davide OSB


[1] Kênose é um termo grego para expressar o esvaziamento de Jesus, que da sua Glória Eterna, abraça a humilhação máxima, na vida humana, culminando na Paixão e morte.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Onipotência


Reflexão para a 6a sexta-feira do Tempo Comum
Gn 11,1-9; Sl 32; Mc 8,34-9,1
A última parlavra do Senhor Jesus, que realiza a ponte entre o que acontece em «Cesaréia de Filipe» (Mc 8,27) e aquilo que logo sucederá sobre «um alto monte» (9,2) assume um significado de grande peso: «Em verdade vos digo: alguns dos que aqui estão, não morrerão sem antes terem visto o Reino de Deus chegar com seu poder» (9,1). Pela terceira vez, no evangelho de Marcos, encontramos uma introdução assim tão solene e não podemos esconder um certo embaraço diante desta espécie de promessa de imortalidade, que historicamente coloca seus problemas, como lhe colocará também a Simão Pedro, no que diz respeito à palavra pronunciada pelo Ressuscitado sobre o discípulo amado (Jo 21). Não nos resta senão confiarmo-nos inteiramente ao Senhor, dando-lhe plena confiança, e se o fizermos, somos como que obrigados a rever radicalmente o nosso conceito de «potência». O risco, de fato, é que, no nosso coração, aninhe-se a mesma idéia que domina o coração dos construtores da torre de Babel, os quais se sentem atraídos por uma onipotência, tão invasiva, ao ponto de querer escalar o céu, quase querendo tomar posse do espaço reservado a Deus: «Vamos, contruamos para nós uma cidade e uma torre, cujo cimo atinja o céu. Assim ficaremos famosos e não seremos dispersos por toda a face da terra» (Gn 11,4). Este sonho que hoje definiríamos de globalização – como a forma mais evoluída de possível imperialismo ou de possível comunhão entre povos diversos – parece até mesmo belo e atraente, mas existe um perigo constante e tremendamente grande: o risco está em que o «projeto» (11,6) torne-se, pouco a pouco, mais importante que as pessoas. Uma imagem deste culto das torres pode ser visto no inquietante filme O advogado do diabo, onde o mundo é visto do alto dos arranha-céus, com um ponto de vista duplo: a beleza e o poder! Se é verdade que, daquelas alturas, pode-se gozar a beleza do panorama na sua estupenda união de natureza e cultura – expresa, neste caso, pela arquitetura – torna-se sempre mais claro que «habitar no alto» é um privilégio de quem vive dominando e aproveitando, invisivelmente, da vida dos outros, sem compartilhá-la, mas abusando, sempre e somente, para a própria vantagem, e sem escrúpulos. Estamos no mundo do «contrário», onde as palavras mais belas e os projetos mais atraentes, na realidade, escondem um crescente egoísmo que chega a um individualismo exasperado. Não é desta potência que o Senhor Jesus nos quer tornar participantes, e não é nesta forma de onipotência a que somos chamados, como imitadores de Deus. É toda uma outra coisa: «De que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, se perde a própria alma? E o que pode o homem dar em troca de sua própria alma?» (Mc 8,36-37). A estas duas perguntas, o Senhor responde em primeira pessoa sobre o monte alto de sua transfiguração, que se faz profecia do monte ainda mais alto de seu abaixamento na morte, por amor: é somente esta descida às profundezas, este rebaixamento voluntário, que permite «ressuscitar» (9,10). De fato, é esta pergunta que permanece aberta para os discípulos, na descida do monte. Enquanto em Babel, a humanidade busca elevar-se com suas próprias forças, concentrando, neste projeto, tudo de si, ao ponto de nivelar-se, falando «uma só língua» e usando «as mesmas palavras» (Gn 11,1), o desígnio de Deus, ao invés, é aquele de «recapitular» toda diversidade (Ef 1,10) sem abusar, sem eliminar, de nenhum modo, o outro. Mas Babel está sempre à porta... aninhada na soleira de nosso coração! Desejar ser grandes: tornar famoso um nome é a alma do projeto. A lógica que subjaz é a lógica da onipotência, ter fama, ter sucesso, dominar sobre os outros. A torre do controle: tudo sob controle! Poderíamos ler, aqui, a origem de todo racismo, de todo totalitarismo, de todo sufocamento da diversidade: que desfigura tudo, ao invés de transfigurar!
Fra Michel Davide OSB

Os dois sinais


Reflexão para 6a quinta-feira do tempo comum
Gn 9,1-13; Sl 101; Mc 8, 27-33

Hoje, somos convidados a abrir os nossos olhos e o nosso coração sobre dois
sinais que, na realidade, são um só: o arco-íris no céu e a cruz sobre a terra. O Senhor Deus, depois de ter purificado a terra com as águas do dilúvio, concluiu este momento difícil e trabalhoso na sua relação com a humanidade, com uma solene promessa: «o meu arco coloco sobre as nuvens e ele será o sinal da aliança entre mim e a terra» (Gn 9,12). Poderíamos perguntar-nos o que existe de novo entre a primeira criação e esta espécie de segunda criação, assinalada com uma nova benção. Na realidade, existe muito de novo! De certo modo, com o advento do arco-íris, é como se o mundo, agora, ficasse colorido, e o mundo anterior, ainda que fosse «coisa muito boa» (Gn 1,31), é como se mostrasse toda a palidez do preto e branco. De fato, depois do dilúvio, tudo é como antes, mas nada é como antes, porque à benção renovada e à fecundidade de novo auspicada, acrescenta-se «o temor e o terror» (9,2). Verdadeiramente, se a aliança pode ser renovada, a história não pode ser anulada! O longo tempo do dilúvio que durou «quarenta dias e quarenta noites» (7,12) e o tempo ainda mais longo para que a terra fosse enxuta pela divina misericórdia, deixou um sinal indelével: a vida é dada outra vez vez, mas, em relação ao estado precedente, é mais complexa e as relações entre os homens e criaturas são mais exigentes, por se levar em conta uma série de riscos, comportada com a perda da ingenuidade da primeira hora. De fato, se é verdade que o Senhor promete solenemente: «Não destruirei mais nenhum vivente pelas águas do dilúvio» (9,11), é aceita também a hipótese de alimentar-se de «tudo o que se move e que tem vida» (9,3) e das tentações, continuamente a serem enfrentadas, de esquecer que será «pedido contas da vida do homem ao homem, à cada um de seu irmão» (9,5). Quando o arco-íris resplandece no céu, com suas sete cores, todos ficamos absortos e admirados e como que tocados por uma profunda consolação, mas não podemos esquecer que ele é um dúplice sinal: Deus colocou seu arco e nunca mais nos fará nada de mal, mas nós humanos, temos ainda o nosso arco entre as mãos, e a aljava cheia de flechas, pendurada nas costas, e devemos continuamente tomar decisões... algumas vezes, graves. É neste mundo e neste modo de responsabilidade que o Senhor Jesus, pela primeira vez, «abertamente» (Mc 8,32), introduz os seus discípulos no mistério pascal, que assignará a maturidade da sua relação, e o cumprimento da sua missão: «Começou a ensiná-los que o Filho do homem devia padecer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos escribas, ser morto e, depois de três dias, resssuscitar» (8,31). Tudo isto - e em verdade não falta nada, porque o horizonte da ressurreição, com o qual os discípulos parecem ter pouca habilidade (cf. 9,10) - o Senhor Jesus «começou» a ensiná-lo justamente no momento do maior entusiasmo e da maior clareza, assim como lhe veio expresso por Pedro: « Tu és o Cristo!» (8,29). Mas isto não significa entrar em um halo de otimismo messiânico, mas muito mais em abraçar uma vida que pensa e age «segundo Deus» (8,33). E isto não é fácil para ninguém, e não é, certamente, algo que se improvise ou que venha por si só: «Pedirei contas da vida do homem ao homem, a cada um de seu irmão» (Gn 9,5). Fra Michel Davide OSB

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Por tentativas


Reflexão para a 6a Quarta-feira do Tempo Comum

Gn 8,6-13.20-22; Sl 115; Mc 8,22-26

Por tentativas

Na Palavra de hoje, é belo poder notar como não somos os únicos em proceder por tentativas no caminho da vida. Também Noé, de fato, depois de ter sido bem selado na sua arca, com todos os seus companheiros de aventura, «abriu a janela que tinha feito na arca» (Gn 8,6). Podemos imaginar a grande emoção contida neste gesto que, depois de «quarenta dias» de dilúvio, representa um grande sinal de coragem na direção da vida para além da morte: existiam muitos e bem fundados motivos para o medo. Esta janela representa a abertura renovada na direção da vida de um grupo de criaturas ameaçadas pela morte e que, para escapar dela, teve que fechar, atrás de si, as portas de uma vida falsa e defasada. O que permite a Noé salvar-se e de salvar, consiste no aceitar, confiando na Palavra que Deus lhe dirige, o «sepultar-se» com suas próprias mãos nesta arca, tão semelhante a um sarcófago, que é levada pelas mesmíssimas águas que submergem e fazem morrer todos aqueles que, e esta é a sua culpa, sentem-se demasiadamente em segurança. Noé aprendeu de Deus a proceder em tentativas, como o mesmo Jesus, quando «tomou o cego pela mão e o conduziu para fora do povoado» (Mc 8,23). Ele terá que impor «de novo as mãos sobre os olhos» para que ele veja claramente, ou seja, possa ver «cada coisa com a distância justa» (8,25). Parece que este cego tenha dificuldade de tomar a justa «distância» para poder ver sem ser sufocado pelos outros, como em uma floresta ameaçadora de «árvores que caminham» (8,24). O Senhor, depois da segunda tentativa, «mandou-o para casa dizendo: “Não entres no povoado!”» (8,26). Quanta delicadeza nestes gestos, através dos quais, o Senhor busca curar, e sobretudo busca compreender e orientar na direção de uma vida com horizontes mais amplos, que exige uma certa distância. Mas, para que uma cura aconteça, é necessário o tempo, e ela nem sempre acontece em um só golpe. Para que a salvação aconteça, é necessário o tempo e uma delicadeza extrema no perceber os sinais, sem forçá-los: «Noé, depois, soltou uma pomba [...] mas ela, não encontrando onde pousar seus pés, voltou à arca» - e eis o toque mágico do hagiógrafo – e será necessário mais tempo para que as águas se retirem – não resta senão esperar ainda, esperar juntos. Do lado de Noé, nenhuma atitude forçada, mas a vontade paterna de um mandato para uma missão, não separado de um toque materno de acolher de novo no seio seguro da arca: «Esperou outros sete dias [...] e ela voltou para ele no fim da tarde; e eis que trazia, no bico, um ramo de oliveira» (8,10-11). Mas não era tudo ainda: «Esperou outros sete dias, depois soltou a pomba; ela não retornou a ele» (8,12). Noé parece mesmo contente com esta partida e este desapegar-se; a vida da humanidade – começada no sexto dia da criação – recomeça exatamente «no ano seiscentos e um da vida de Noé, no primeiro dia do primeiro mês [...] Noé tirou a cobertura da arca» (8,13). Quantas tentativas para compreender a direção do vento da vida e para cumprir a promessa de manter a vida dos próprios semelhantes, até levá-los à alegria de estarem vivos!

Fra Michel Davide OSB

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Como é possível?

Reflexão para a 6a terça feira do Tempo Comum

Gn 6,5-8; 7,1-5.10; Sl 28; Mc 8,14-21

Este mesmo desconcerto parece tomar o próprio coração de Deus, diante de nossas reações de seres humanos diante do mistério da vida e dos dons que, continuamente, através dela, nos são oferecidos abundantemente. Em poucos capítulos, o autor do Gênesis é como que obrigado a registrar: «O Senhor viu que a maldade dos homens era grande sobre a terra e, cada desígnio concebido pelo seu coração, não era outra coisa que mal» (Gn 6,5). Como se não bastasse, o hagiógrafo penetra ainda mais fundo, para buscar dar uma voz às emoções do Criador e, por isso continua: «E o Senhor se arrependeu de ter feito o homem sobre a terra, e ficou com o coração muito magoado» (6,6). Não existe outro meio de compreender os sentimentos experimentados por Deus, em uma situação como essa, senão pensando naquilo que se pode provar diante de um amor traído ou uma amizade pisoteada. É possível arrepender-se do mal praticado, e isto é bom, mas, arrepender-se do bem feito, isto é tremendamente mal. Dar-nos contas de ter-nos equivocado em amar alguém, porque este sentimento nos tornou vulneráveis e, por isso, passíveis de sermos esmagados, está entre as experiências mais dolorosas para o coração do homem. O que não teria sido, então, para Deus, o arrepender-se de ter modelado a criação e de tê-la entregue nas mãos da humanidade que, inesperadamente, revela-se incapaz de pensar no bem, e como que, miseravelmente, atraída pelo mal? Como a fúria de um enamorado traído, ou de um amigo desiludido, induz a destruir cada sinal e toda memória, queimando mesmo coisas belas, cuja visão – em um instante – de doce, transforma-se em algo insuportável. Deste modo, mesmo o Criador parece desejar exterminar «com o homem, também os animais, os répteis e os pássaros do céu, porque estou arrependido de tê-los feito» (6,7). Deste modo tão antropomórfico, o autor do Gênesis deseja colocar, diante de nossos olhos, a grande responsabilidade, a capacidade que temos de poder fazer sofrer, profundamente, o coração de Deus, o qual – exatamente para alegria do homem – tinha criado os animais (2,18-19).

Enquanto a primeira leitura nos faz entrever Noé que «entra na arca» (Gn 7,1), somos conduzidos, pelo evangelho, «sobre a barca», na qual Jesus se encontra sozinho, com os discípulos, de tal forma angustiados pelo fato de ter «somente um pão» (Mc 8,14), que dizem, assustados: «Não temos pão!» (8,16). Também neste caso, assistimos a uma reação forte e desiludida por parte do Senhor Jesus, o qual quase não se contém e diz: «Vós tendes o coração endurecido? Tendo olhos, vós não vedes, e tendo ouvidos, não ouvis? E não vos lembrais...?» (8,17-18). Como os discípulos, também nós sabemos dizer o número exato dos «cestos cheios» (8,20) com os quais o Senhor multiplica as possibilidades de vida, mas não conseguimos compreender – através dos sinais oferecidos – o «único pão» (8,14) do qual temos, realmente, necessidade. Poderíamos perguntar-nos, diante destes dois textos da Escritura: «Como é possível que ainda não tenhamos compreendido» (cf. 8,21), que a coisa mais importante é o que vive Noé, o qual «encontrou graça aos olhos do Senhor» (Gn 6,8). Como é possível que não nos baste a «graça» de ter conosco Jesus? E que sejamos atraídos «pelo fermento dos fariseus e o fermento de Herodes (Mc 8,15), que é a hipocrisia, que se manifesta no não ver «outra coisa senão o mal» (Gn 6,5)?

Fra Michel Davide OSB

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Obra de Sergio Ceron em Londrina


Um lindíssimo trabalho, que custou bem três anos de fadiga deste grande artista e amigo, que prepara cuidadosamente seus projetos, com pesquisa iconográfica, teológica e litúrgica, consultando pessoas habilitadas para isso, lendo e estudando. A temática dos Sagrados Corações não é simples, e ele recorreu à iconografia antiga da Coroação da Virgem, sua intronização junto ao Rei, para mostrar a união dos corações de Jesus e Maria no mesmo Reino. infinitamente mais apropriado e evangélico que as imagens dos Sagrados Corações dos séculos mais recentes.