
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Capela do Pio XI em São Paulo

terça-feira, 25 de novembro de 2008
Van Gogh e as cores da noite

Para ver basta ir até lá, ou deixa que venha:
http://www.moma.org/exhibitions/2008/vangoghnight/flashsite/index.html
domingo, 9 de novembro de 2008
Presença
9 de novembro, dedicação da Basilica de Latrão
Presença
Desde o início, na tradição da Igreja, como também nas outras religiões e crenças, a dedicação de um lugar de culto é ocasão de grande festa e motivo de intensas emoções. Antes de tudo porque um lugar para a oração e o culto é un espaço onde refulge a beleza e, por isso, é fruto de um longo e apaixonado trabalho, no qual, cada um comtribui do seu modo: com criatividade artística, com trabalho braçal, ou simplesmente, com o sustento econômico. Todos estes motivos fazem com que um lugar de culto recolha e manifeste o melhor de uma comunidade, e expresse os aspectos mais louváveis e dignos. Motivo de festa pois, e de recíproco admiração, pela obra realizadea e pelo sustento dado, mas também motivo de maravilhamento. O mesmo Salomão, dedicando o templo de Jerusalem, exclama: «Eis os céus dos céus não podem conter-vos, muito menos esta casa que eu vos construí» (II Cr 6,18). Hoje fazemos memória da Dedicação da basílica de Latrão, que é a catedral do bispo de Roma, que já Santo Irineu de Lion reconhece como «superintendente da caridade»: por isso se é a festa da Igreja de Roma, é também a festa de todos aqueles que, com esta Igreja, estão em comunhão.
A memória solene – que este ano é ainda mais perceptível pelo fato de ser em um domingo – da dedicação do Latrão, é um convite a renovar a nossa sensibilidade para com aquele «mistério da presença» do qual cada lugar de culto é memória: Deus não habita um lugar – sempre muito estreito para a sua imensidão – mas se faz presente. O profeta Ezequiel, em uma das suas visões, pode contemplar o mistério do templo em relação com o mesmo mistério da criação, sempre a serviço da vida e do seu crescimento, através do símbolo da água que saía «na direção do oriente» (Ez 47,1). O mesmo profeta acrescenta: «Todo ser vivo que se move, onde que que chege esta torrente, viverá [...] e lá, onde atingirá a torrente, tudo reviverá» (47,9). Toda vez que nos recolhemos na igreja para rezar – seja pessoal ou comunitariamente – é como se fizéssemos um passo na direção desta torrente de vida, para que sejamos mais imediata e profundamente envolvidos, Nós reconhecemos que o templo do qual brota a água que cura e vivifica é «o ]templo de seu corpo» (Jo 2,21), como nos recorda João, no evangelho de hoje, referindo-se diretamente ao Senhor Jesus, de cujo lado transpassado sobre a cruz sairá «sangue e água» (19,34).
A mesma estrutura arquitetônica das basílicas românicas reproduz, na planta, a forma de um corpo humano, onde a cabeça é o presbitério, tendo como centro o altar. Entrando na igreja e participando da celebração dos mistérios, reconhecemos a presença do Senhor, que nos torna – através da comunhão com o seu corpo e sangue – «templos de Deus» (ICor 3,16). Na medida em que nos deixamos habitar pela presença de Deus, que é o seu Espírito dentro de nós, seremos nós mesmos, na vida de cada dia, um «mistério de presença» que ajuda os nossos irmãos e irmãs a sentirem-se menos perdidos e solitários, e mais cuidados e acompanhados pela ternura de Deus. Um padre siríaco, Balai, em um hino para a dedicação de uma igreja, diz estupendamente: « A onipotência divina poderia ter levantado uma morada com a mesma facilidade com que, com um gesto, fez existir o universo. Mas ao contrário, construiu o homem, para que o homem a construa para Ele». Ora, cabe a nós construir um templo para Deus no nosso coração e de mantê-lo puro de tudo o que contrasta com os sentimentos do coração de Cristo, exatamente como mantemos belas nossas igrejas, para que o Senhor Jesus não seja obrigado, ainda uma vez, a utilizar «um chicote» (Jo 2,15)!
Fratel Michel Davide OSB
sábado, 8 de novembro de 2008
Janelas, sementes e a Palavra
Quem convido para meus banquetes?
Segunda-feira 31 do Tempo comum, anos pares
Flp 2,1-4; Sl 130; Lc 14,12-14
O evangelho do Senhor Jesus Cristo ressoa hoje nos nossos ouvidos e no nosso coração com uma nota muito forte: «Receberás, de fato, a tua recompensa na ressurreição dos justos» (Lc 14,14). Meditando este versículo, nossa atenção não deveria cair sobre a «recompensa» mas muito mais sobre a «ressurreição». De fato, é exatamente a nossa relação profunda com a fé e a esperança na «ressurreição dos justos» a ser capaz de dar uma orientação de gratuidade e de verdadeira caridade à nossa existência, «sem buscar o próprio interesse, mas muito mais aquele dos outro» (Flp 2,4). Somos chamados pelo mesmo Senhor Jesus a reconhecer quanto seja fadigoso para nós não calcular o «recompensa» (Lc 14,12) ligada aos nossos atos, às nossas palavras, gestos... chegando mesmo às nossas intenções profundas e sentimentos mais ocultos. Não raramente, depois de um atento exame de consciência, devemos admitir que nossa vida de relação está muito ligada ao cálculo do que pode vir em troca. Um semelhante modo de oferecer «um almoço ou um jantar» (14,12) torna-se o contrário da sua aparência: ao invés de ser um lugar de encontro entre «amigos», torna-se em uma simples arena, na qual cada um, exteriormente, finge oferecer, mas quer simplesmente colocar as bases para tomar, apenas apareça a oportunidade, ou ainda, na esperança que o outro ofereça em primeiro lugar.
O apóstolo nos adverte e quase implora: «Se existe alguma consolação em Cristo, se existe conforto derivante da caridade, se existe alguma comunhão de espírito, se existem sentimentos de amor e de compaixão» (Flp 2,1-2) «convida pobres, coxos, cegos; serás feliz porque não tem como recompensar-te!» (Lc 14,13-14). Todos os «se» a que faz recurso o apóstolo encontram a solução somente na capacidade de não calcular nem as despesas, nem os possíveis ganhos do nosso oferecer a vida. Mas para fazer isto, em verdade, é necessário chegar àquela humildade, a única que consegue levar-nos a considerar «os outros, superiores a nós mesmos» (Flp 2,3). Enquanto consideramos alguém inferior a nós, eis que buscaremos, de todos os modos, «convidar» à mesa da nossa vida, aqueles que consideramos superiores a nós, os quais incitam «o espírito de rivalidade» (Flp 2,3) que o fundamento da mundaneidade. O espírito das bem-aventuranças evangélicas, o espírito da infância espiritual exige de nós, ao contrário, a atitude da «criança» (SL 130,2), que tem dificuldade para distinguir pobres dos ricos, mas que sente «na pele» «se existem sentimentos de amor e compaixão» (Flp 2,1). Entramos na lógica do Reino para evitar que, depois de ter convidado os ricos e notáveis, encontrar-nos sozinhos no dia das núpcias, como aquele rei (cf. Mt 22,8), o qual teve que, afinal – contra sua vontade – dirigir-se aos pobres.
Serão eles – os pobres – não somente a acolher-nos à porta do céu, mas muito antes, arriscam serem eles a acompanhar-nos à soleira da morte, para entrar gloriosamente no céu. Aqueles, de fato, que terão feito qualquer coisa em vista de uma «recompensa» (Lc 14,12), naquele momento supremo, não terão nenhum motivo para tê-los a seu lado. Uma pergunta se faz forte e imprescindível: acreditamos na «ressurreição»? Para responder a esta pergunta, para nada teórica, basta dar uma olhada a quem convidamos para a mesa de nossa vida!
Fratel Michel Davide OSB
domingo, 2 de novembro de 2008
Obra na Liguria Itália
No início do ano de 2008, pintamos a igreja de San Bartolomeo al Mare, no norte da Itália, na região da Ligúria. Uma igreja estupenda, obra do arquiteto italiano Eugênio Abruzzini, com quem trabalhamos em outras igrejas, na Itália. A igreja é dedicada à Divina Misericórdia, e o programa iconográfico pedido foi de temática mariana. Na parte central o mistério da Incarnação, teofânico, com a Mãe de Deus sentada em um trono, com o Menino fazendo centro de tudo. No primeiro círculo os quatro seres vivos, que rodeiam a manifestação do VERBO DIVINO, no círculo sucessivo, as duas imagens da Vida Eterna, combinadas: o Paraíso e a Jerusalém Celeste. A forma circular se amplia, em uma moldura de fogo, no sentido da luz, do calor irradiado, desta Misericórdia que se expande e é acolhida pelos arcanjos, pelos personagens do Antigo Testamento, na esquerda, e os do Novo Testamento, na direita. O círculo cria quadrados, que entretecem a História divina com aquela humana, em uma misericórdia que abraça o mundo inteiro e passa através da ação dos anjos e dos santos, vindo na direção dos cristãos que celebram o mistério.
Começando
Hoje começamos este espaço para intercâmbio e enriquecimento daqueles que se interessam pela temática da arte Sacra no mundo de hoje. Nem sempre temos acesso fácil à rede, nem o tempo que gostaríamos para responder às perguntas e solicitações dos amigos e alunos, mas tendo o espaço aberto, o recurso aos materiais torna-se mais acessível.
Espero que, com a ajuda dos amigos mais entendidos na arte dos blogs, possamos levar adiante este projeto.