Hospitalidade de Abrãao, tempera sobre tela 64x172 cm. Monastero San Lorenzo, Amandola Itália 2015 |
«A verdadeira felicidade, a felicidade da pessoa, a felicidade do espírito, em suma, todas as felicidades que tem origem na inteligência e no coração, são bens que não podem ser possuídos. Quando se quer possuir a verdade, ela se perde. Quando se deseja fazer um monopólio dela, limita-se a uma caricatura, quando se queremos possuir o amor, nos tornamos estranhos a ele... Esta felicidade existe somente circulando, comunicando-se em uma desapropriação contínua.
A vida divina que é Trindade não pode ser possuída. Deus é, por excelência, aquele que não possui e não pode ser possuído, a anti-possessão como o anti-narciso. Ele é Deus justamente por este desapropriar-se...
A mais elevada expressão do cristianismo é a descoberta da Pobreza. É a intuição profunda, viva, irradiante da Pobreza de Deus... o Pai não tem nada, não é senão um olha para o Filho. O Filho não tem nada, não é senão um olhar para o Pai. O Espírito Santo não tem nada, não é senão uma aspiração para o Pai e o Filho. Deus é pobre, Deus não tem nada, Deus é Deus porque não tem nada...»[1].
A vida divina que é Trindade não pode ser possuída. Deus é, por excelência, aquele que não possui e não pode ser possuído, a anti-possessão como o anti-narciso. Ele é Deus justamente por este desapropriar-se...
A mais elevada expressão do cristianismo é a descoberta da Pobreza. É a intuição profunda, viva, irradiante da Pobreza de Deus... o Pai não tem nada, não é senão um olha para o Filho. O Filho não tem nada, não é senão um olhar para o Pai. O Espírito Santo não tem nada, não é senão uma aspiração para o Pai e o Filho. Deus é pobre, Deus não tem nada, Deus é Deus porque não tem nada...»[1].
[1] M. Zundel, À l’écoute du silence, Téqui, Paris 1979,
pp. 66 e 101-103; citado in Bible
Chrétienne II, 216.