Batistério de Albenga, Ligúria, Itália Belíssima imagem da Santíssima Trindade, Séc. VI. |
A encarnação é obra do Espírito, a cristologia de Lucas e de João é fundamentalmente pneumatológica: o Espírito é, de fato, a unção de Jesus, no qual permanece de tal modo, que a existência de Jesus aparece como uma existência no Espírito. Cristo torna a humanidade capaz de tornar-se «pneumatófora»: a sua vitória sobre a morte e sobre o inferno e sua glorificação uniram, para sempre, a divindade e a humanidade, e neste espaço, de agora em diante sem obstáculos, permitiram a inauguração de Pentecostes. A Igreja agora oferece aos homens a potência da ressurreição, que se identifica com aquela do Espírito. A Igreja, agora, é inteiramente profética. No dia de Pentecostes, Pedro anuncia o cumprimento da profecia de Joel: «Nos últimos dias, diz o Senhor, eu efundirei o meu Espírito sobre toda carne... Sobre meus servos sobre minhas servas, naquele dia, efundirei o meu Espírito e eles serão profetas» (At 2,17-18). Parece, no entanto, que a Igreja, em algum momento da história que seria difícil precisar, tenha começado a ter medo do Espírito, e se tenha fechado, no temor da vida e da liberdade pessoal, em um moralismo mais ritualístico no Oriente, e mais jurídico, no Ocidente. Na periferia da Igreja, e algumas vezes, contra ela, são sopradas, então, baforadas do Espírito, em uma imensa exigência de vida criativa, de comunhão e de beleza.
O. Clément, Je crois en l’Esprit Saint, 43-45.
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