Ícone de Philip Davydov |
A conversão envolve a nossa vida inteira, não lhe basta uma mudança no modo de sentir, mas exige uma nova prática de vida. Não são suficientes as boas intenções. Tudo o que vem inserido no movimento de conversão, torna-se pleno de esperança. Tudo o que fica de fora, permanece morto e privado de sentido. Por isso existe também uma conversão política e econômica ao futuro. Quem, no movimento da conversão, quer parar na metade do caminho e a compreende de uma maneira puramente interior, religiosa ou espiritual, bloqueia o seu futuro e destrói a sua esperança. (...)
Quem esperimenta angústia pelo futuro não pode converter-se, ainda que o queira. Quem crê em um fim catastrófico do mundo, não se converterá, porque não haveria nenhum senso. Quem, diante de si, não vê nenhum futuro, continua a andar para frente, como sempre, até que cairá para trás, no buraco que ele mesmo cavou para si. Para converter-se, é necessário ter a força de uma esperança que transforma a vida e vence o mundo. Mas nós descobrimos a força de uma semelhante esperança somente quando encontramos e reconhecemos claramente o fundamento desta mesma esperança. Aqui, não pretendo referir-me às argumentações que, pesadas e repesadas, nos ofereceriam a esperança. Entendo aqui a fonte vital da qual esta força promana, e a fonte vital da esperança está em um fututro, do qual nos vem continuamente um novo tempo, uma nova possibilidade e uma nova liberdade. É o futuro que encontramos em Jesus Cristo. É Ele o nosso futuro, é Ele a nossa esperança. Na conversão, que a fé torna possível, nós encontramos Ele, o nosso futuro e a nossa esperança.
J. Moltmann, Esperienze di Dio, 38-39. 43-44.
Nenhum comentário:
Postar um comentário