As primeiras eras do cristianismo não buscaram fender este silêncio. Somente Bernardo colocará uma tímida pergunta: “Quis? Qualis?” “Quem é? Que homem é?” Nada mais. Será necessário esperar os tempos modernos para que todos queiram saber alguma coisa, e até mesmo se abra uma cátedra de “Josefologia” (mas fiquem tranqüilos, que isto é no Canadá!), e José, malgrado toda esta indiscrição , não diz nada, não dirá nada, não fará revelações, permanecerá o homem da boca fechada, o homem do interior. E porque me meto a falar dele? Porque não deixá-lo em seu silêncio, como deixo os peixes no mar? Depois de tudo, se isto lhe agrada, deixa falar e fazer, sem abrir a boca....
Mas não é dele que quero falar, nem espero que me fale. Quero somente contemplar o seu silêncio, mergulhar nele, impregnar-me dele até o ponto de suplicar que não nos diga absolutamente nada, que não nos apareça nunca...
José da boca fechada é o homem do interior; faz parte daquela coorte de silenciosos para os quais, falar é perder tempo, é sobretudo trair o Intraduzível, o Inefável. Naturalmente quando estas pessoas dizem alguma coisa, arriscam de fazer tremer o mundo, como Sto. Tomás de Aquino, aquele boi mudo da Sicília, de quem troçavam os estudantes do mestre Alberto, na Universidade de Paris.
José da boca fechada é o homem que começa onde Jó terminou, quero dizer, nasce com a mão tapando a boca. Tem um senso enorme de Deus, do seu Ser sem medida e de sua loucura de Amor. Não o vejo pedindo explicações ao Inexplicável. A única vez na qual penetra o mundo da dúvida, quis unicamente desaparecer, sem nenhuma palavra: “Vai, amada minha!” O anjo de Deus simplesmente lhe deu um empurrão. Depois de tudo, José é um homem: “Não temas pois de tomar Maria como esposa; o que nela foi gerado é obra do Espírito Santo!” (Mt 1, 20).
Depois do retorno do Egito, José desaparece. Acreditem-me: esta morte, este transitus do beato José não tem nada de triste. Não houve nenhuma declaração, nada de novissima verba desde o momento que tampouco houveram priora verba. O seu silêncio é o mesmo de Deus. É cheio da violência do Amor.
L. –A. Lassus, L. –A., Pregare è una festa, 80-82.
Mas não é dele que quero falar, nem espero que me fale. Quero somente contemplar o seu silêncio, mergulhar nele, impregnar-me dele até o ponto de suplicar que não nos diga absolutamente nada, que não nos apareça nunca...
José da boca fechada é o homem do interior; faz parte daquela coorte de silenciosos para os quais, falar é perder tempo, é sobretudo trair o Intraduzível, o Inefável. Naturalmente quando estas pessoas dizem alguma coisa, arriscam de fazer tremer o mundo, como Sto. Tomás de Aquino, aquele boi mudo da Sicília, de quem troçavam os estudantes do mestre Alberto, na Universidade de Paris.
José da boca fechada é o homem que começa onde Jó terminou, quero dizer, nasce com a mão tapando a boca. Tem um senso enorme de Deus, do seu Ser sem medida e de sua loucura de Amor. Não o vejo pedindo explicações ao Inexplicável. A única vez na qual penetra o mundo da dúvida, quis unicamente desaparecer, sem nenhuma palavra: “Vai, amada minha!” O anjo de Deus simplesmente lhe deu um empurrão. Depois de tudo, José é um homem: “Não temas pois de tomar Maria como esposa; o que nela foi gerado é obra do Espírito Santo!” (Mt 1, 20).
Depois do retorno do Egito, José desaparece. Acreditem-me: esta morte, este transitus do beato José não tem nada de triste. Não houve nenhuma declaração, nada de novissima verba desde o momento que tampouco houveram priora verba. O seu silêncio é o mesmo de Deus. É cheio da violência do Amor.
L. –A. Lassus, L. –A., Pregare è una festa, 80-82.
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