Mosaico de Galla Placídia, Ravenna, Italia 425. |
O salmo 22 devia ser aprendido de memória pelos que seriam batizados e cantado durante o batismo, segundo um costume atestado já no séc. III: «O Senhor é meu Pastor, nada me falta. Sobre verdes pastagens me faz repousar, para as águas tranquilas me conduz...». Era explicado aos catecúmenos que as águas tranquilas eram a fonte batismal; as verdes pastagens, as Sagradas Escrituras; no versículo 5, o perfume evocava a unção dada durante o batismo e o cálice que transborda figurava a eucaristia que os neófitos recebiam, pela primeira vez, saindo do batistério. Não surpreende, pois, que a decoração dos batistérios paleocristãos reservasse amplo espaço às imagens pastorais e sobretudo àquela do Pastor que leva a ovelha; os iconógrafos o chamam geralmente «o Bom Pastor»; encontraremos sua imagem desde a primeira metade do séc. III, em Dura Europos e, em seguida, nos batistérios de Roma, Nápoles, Milão, Ravena. Sobre a figura do bom pastor se havia enxertado um rico ensinamento doutrinal[1].
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