Cristo eixo do universo, Mausoléu de Gala Placídia, Ravena, séc. VI Cara estrela, cada um de nós, tem seu lugar junto dele, garantido! |
A palavra do Senhor Jesus, de particular ternura, não faz senão confirmar-nos na esperança de estar em um processo que conhecerá a sua realização: « Não se perturbe o vosso coração. Tende fé em Deus e tende fé em mi, também. Na Casa do meu Pai existem muitas moradas» (Jo 14,1-2). Em outras palavras, tem lugar para todos e talvez, ainda mias significativamente, existem vários modos para levar a cumprimento aquela graça que nos habita incondicionalmente, e bem mais profundamente que nossa percepção sensível. O Senhor não nos diz: «Eu digo a verdade». Mas diz de si mesmo: «Eu sou o caminho, a verdade e a vida» (14,6). Isto ressoa como um convite a aceitar compartilhar a aventura de um caminho, na certeza que ele chegará a uma realização, a qual, na verdade, já se realiza no presente de uma comunhão radical: «Eu vos tomarei comigo, para que onde eu estiver, estejais também vós»(14,3).
O nosso caminho, através dos dias da alegria pascal, torna-se, para o discípulos que somos e que estamos nos tornando, esperança de futuro; ele é marcado por um horizonte claro e desejável, que é a comunhão com o Cristo ressuscitado, a qual nos permite reatar todas as relações quebradas e feridas da nossa história. Diante de nós está, pois, um futuro assinalado pela esperança de poder se reencontrar, e de realizar o projeto de comunhão e de recíproca pertença. Esta certeza é o que pode dar ao nosso passo um caminhar mais sereno e alegre, pelo motivo de uma promessa amorosa que nos acompanha e nos atrai: «Vos tomarei comigo!». A pergunta de Tomé é legítima: «Senhor, não sabemos onde vais; como podemos conhecer o caminho?» (14,5). Na realidade, o que o Senhor nos revela através da figura do «onde» é o «como» de uma vida que se torna já aromatizada pelos perfume da ressurreição. Trata-se de começar a fazer exatamente como o Mestre: tomar conosco cada irmão e irmã que encontramos no caminho e transformar a história em uma caravana de esperança. Se pensamos bem, é verdade: «A promessa feita aos pais se realizou» (At 13,32).
Semeraro, M., Messa Quotidiana, Bologna, aprile 2013, 265-267.
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