quarta-feira, 24 de abril de 2013

TP 04 4 O teu nome é Serviço!

Os apóstolos parecem amadurecer sempre mais naquela que é a lógica do evangelho, e por isso, eles se mantém dóceis à obra do Espírito e sempre disponíveis a retomar continuamente o caminho. Esta disponibilidade aos sinais do Espírito comporta o saber mudar os próprios projetos, vivendo cada passo da própria existência naquela que poderíamos chamar, hoje, uma lógica de «serviço» (At 12,24). O primeiro sinal de uma autêntica atitude de serviço parece ser aquela de não concentrar-se demasiado sobre o que se deve dizer, mas falar e anunciar, estando atentos ao que deve ser escutado e o que deve ser acolhido. Assim, encontramo-nos em um momento muito importante no caminho da autocompreensão da comunidade dos fiéis: «Reservai para mim, Barnabé e Saulo, para a obra para a qual eu os chamei» (At 13,2). Evoca uma obra para a qual alguém está reservado, e à qual, eles devem dedicar o melhor deles mesmos e de suas energias, mas, na realidade, não especifica muito a que coisa isto possa ou deva servir precisamente.

O Senhor Jesus rejeita este regime de preto no branco, no qual continuamente somos chamados a oferecer, até o fim, o próprio serviço, sem sermos capazes de controlá-lo e digerí-lo. A motivação, se por um lado é simples, pelo outro, é muito exigente. Estar à serviço comporta a consciência de não ser, nunca e de nenhum modo, nem a origem, nem o próprio fim do próprio serviço: « Porque não falei por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, ele é quem me ordenou que eu devia dizer e falar» (Jo 12,49). Ainda mesmo quando o ministério da Palavra se torna o próprio chamado e o serviço específico, a escuta permanece a coisa mais importante e aquela que deve ser, de todas as maneiras, dominante.

É, de fato, a escuta que permite esta contínua passagem para a «luz» (12,46) na qual experimentamos a superação das trevas do nosso egoísmo e nos abrimos ao que nos está de frente, com uma disponibilidade, que se aproxima muito de uma sadia curiosidade. O texto dos Atos dos Apóstolos nos recorda não somente a disponibilidade generosa dos apóstolos em cumprir o «seu serviço» (At 12,25), mas também a sua abertura para mudar o serviço, aceitando que exigências novas – menos seguras e mais incertas – possam pedir uma medida, não somente renovada, mas até mesmo, maior. Todos nós somos «enviados pelo Espírito Santo» (13,4) na medida na qual aceitamos deixar-nos desestabilizar pelos seus apelos. Para poder acolhê-los é necessária uma medida abundante de oração e jejuns, através dos quais possamos abrir o ouvido de nosso coração aos apelos da vida, sem colocar nenhuma resistência. Somente assim poderemos compreender e viver a palavra do Senhor Jesus: «Porque não falei por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, ele é quem me ordenou que eu devia dizer e falar» (Jo 12,49).

Semeraro, M., Messa Quotidiana, Bologna, aprile 2013, 248-249.

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